O paciente que apresenta um episódio de infarto ou AVC precisa ter um início de tratamento imediato com terapias que reduzam fortemente o colesterol, principalmente nas primeiras semanas após o infarto, período no qual se enxerga benefícios na redução do colesterol pós-eventos cardíacos. A afirmação é do médico Alberico Catapano, presidente da Sociedade Europeia de Aterosclerose (EAS na sigla em inglês) e presidente das diretrizes do órgão para o tratamento de dislipoproteinemias, que esteve no Brasil e falou com exclusividade à coluna. “Os pacientes devem ter o colesterol medido um mês após o infarto ou AVC. Um ponto de atenção é que, nas primeiras semanas, há uma redução dos índices de colesterol que pode não ser real. Para garantir que os índices realmente caíram, é importante refazer os exames de três e seis meses após o episódio”, afirma Catapano.
Segundo o médico, o principal erro dos pacientes é acreditar que estão saudáveis logo após o infarto ou AVC, pois há uma melhora dos índices nos exames, que dá a sensação de que o risco maior já passou. Quando isso ocorre, muitos pacientes costumam suspender o uso das medicações, ou seja, deixam de aderir ao tratamento, levando o aumento do risco de outro episódio. “De maneira geral, todas as pessoas que sofrem um infarto ou acidente vascular cerebral têm uma chance maior de apresentar um novo episódio no primeiro ano. Essa probabilidade é maior do que a que vemos em pessoas que nunca apresentaram problemas cardíacos”, explica Alberico Catapano.