Entregar numa mesma bandeja as cabeças do ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e de Filipe Martins, o falso judeu que ostenta o pomposo título de assessor para assuntos internacionais, seria para o presidente Jair Bolsonaro sinal de que se tornou refém do Centrão, o que ainda não aconteceu de todo.
A cabeça de Martins até que faria sentido decepar, afinal, ele se comportou como um moleque e respondeu com um gesto claramente racista aos ataques que Araújo sofreu ao ser sabatinado por senadores sobre política externa, o que não é seu forte, convenhamos. Seu forte é agradar a Bolsonaro.
A demissão dos dois faria bem ao governo, mas não é disso que se trata, é do presidente e dos filhos dele. Martins está onde está por ser discípulo do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, guru de Flávio, Carlos e, principalmente, Eduardo. Araújo, por fazer tudo o que Bolsonaro manda, e nada mais além. Tem juízo.
O Centrão avança cada vez com mais apetite sobre um governo que se fragiliza. Ao aprovar o Orçamento da União de 2021, arrancou 26 bilhões de reais a mais do que inicialmente previsto para emendas parlamentares destinadas a obras e ações de deputados e senadores. Dinheiro à beça às vésperas de ano eleitoral.
Não tem do que se queixar. Abocanhar a vaga de Araújo poderá ficar para outra ocasião. Bolsonaro só faz sangrar e descer ladeira.