Jair Bolsonaro foi à televisão fazer mais um pronunciamento acerca da pandemia.
Foi difícil entender o que ele dizia por causa da barulheira das panelas, mas deu pra perceber que Jair Bolsonaro mentiu como se não houvesse amanhã. As mentiras são tantas, que a gente já tem dificuldade de reconhecer o que é verdade e o que é mentira. Temos que esperar o jornal do dia seguinte para conferir a lista dizendo o que é falso e como.
Em geral, tudo o que o presidente diz cai em uma de duas categorias. Ou bem é mentira descarada, como em “o governo tomou todas as providências contra a Covid”, ou bem é meia-verdade, que é uma mentira completa e ainda mais descarada, como em “o Brasil é o quinto país que mais vacina” (no que interessa, em relação ao total da população, está lá pro 60º lugar).
Se algum deputado federal estava querendo um motivo para botar seu nome em mais um pedido de impeachment — estavam em 60 na última contagem — a hora é esta. Presidente mentir deliberadamente para a população é com certeza quebra de decoro, e, portanto, crime de responsabilidade, passível de impeachment.
Sem falar que mentir sobre assunto sério e grave, com potencial para causar mortes, pode ser considerado falsidade ideológica, crime comum que dá cadeia, passível de investigação e denúncia pela Procuradoria-Geral da República.
Não que faça diferença. Considerando-se o que Bolsonaro fez até agora, mentir é trocado.