Conforme Paulo Roberto Gomes Fernandes, em janeiro de 2025, o ex-diretor da Transpetro, Marcelino Guedes, organizou o evento “Drone em Faixa de Dutos”, no Rio de Janeiro, reunindo especialistas para discutir o uso crescente de drones na inspeção e no monitoramento de faixas dutoviárias. O encontro buscou ampliar o entendimento sobre avanços tecnológicos, regulamentação e aplicação estratégica dessa ferramenta no setor de óleo e gás.
A proposta incluía debates sobre legislação, práticas recomendadas e experiências acumuladas por empresas e operadores. Ao longo do evento, profissionais analisaram como os drones poderiam apoiar a operação de dutos em cenários específicos, especialmente em áreas remotas ou de difícil acesso, reforçando tendências já observadas em outros países.
Debates técnicos e perspectivas ampliadas
Um dos temas que rapidamente ganhou atenção foi a possibilidade de integrar drones a sistemas construtivos mais modernos. Isso levou à retomada de conceitos que vinham sendo discutidos há mais de uma década no setor, inclusive por Paulo Roberto Gomes Fernandes, presidente da Liderroll e referência técnica na construção de oleodutos e gasodutos.
Em análises de especialistas presentes, destacou-se que o uso de drones para monitoramento de dutos enterrados oferecia benefícios mais limitados, atendendo principalmente a funções como controle de vegetação e verificação de ocupações irregulares. Entretanto, quando incorporados a sistemas de dutos aparentes — modelo adotado em larga escala no Canadá — os drones podiam se tornar uma ferramenta muito mais eficiente e integrada à engenharia operacional.

A abordagem ampliada ajudou a recolocar no debate as teses defendidas por Paulo Roberto Gomes Fernandes desde 2010, quando apresentou à ANP os primeiros estudos sugerindo que o Brasil poderia modernizar seus padrões construtivos. Técnicos lembraram que parte dessas ideias, à época consideradas disruptivas, passaram a ressurgir com mais força à medida que o setor buscava reduzir custos, riscos e impactos ambientais.
Sistemas aparentes voltaram ao centro das discussões
Durante o evento, Paulo Roberto Gomes Fernandes voltou a defender publicamente a adoção de dutos aparentes como alternativa mais segura, econômica e sustentável em relação ao modelo enterrado, tradicionalmente adotado no país há mais de 80 anos. Ele argumentou que essa metodologia permitiria reduzir drasticamente prazos de construção, simplificar processos e diminuir a necessidade de escavações e detonações, pontos críticos em obras lineares de longa extensão.
Segundo Paulo Roberto Gomes Fernandes, a ausência de normativas específicas para dutos aparentes continuava sendo uma barreira regulatória importante. Ele destacou que a própria ANP, em seus documentos técnicos, não contemplava ainda acessórios e padronizações necessárias para esse tipo de instalação.
Ao citar exemplos internacionais, como o sistema canadense, Paulo Roberto Gomes Fernandes ressaltou que corredores dutoviários elevados e bem planejados facilitaram a expansão de malhas energéticas, reduziram impactos ambientais e aumentaram a segurança operacional. Além disso, ampliaram a eficiência logística, permitindo integração com setores como agronegócio, onde tubulações poderiam transportar grãos com menor custo e risco que o modal rodoviário.
Expansão do debate e impactos futuros
A discussão ganhou ainda mais profundidade quando especialistas compararam estatísticas de segurança entre dutos aparentes e transporte rodoviário, reforçando que a adoção desse modelo poderia reduzir significativamente acidentes envolvendo caminhões de carga. Também foi avaliado que a criação de uma malha dutoviária em anel, conectando diferentes regiões do país, dependeria de soluções construtivas mais ágeis, linha de raciocínio que reforçava a relevância das propostas apresentadas por Paulo Roberto Gomes Fernandes.
Para os participantes, a combinação entre vigilância aérea por drones e novos padrões construtivos poderia representar um salto tecnológico para o setor no Brasil. O evento, inicialmente focado apenas na operação e monitoramento, acabou ampliando seu alcance ao integrar temas estruturais, regulatórios e estratégicos.
Autor: James Smith