Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, entender as causas menos evidentes da infertilidade é essencial para oferecer tratamentos assertivos e personalizados. Entre essas causas está a síndrome de resistência ao hormônio luteinizante (LH), uma condição rara, mas com impacto significativo sobre a ovulação e o sucesso reprodutivo. Nessa síndrome, os ovários não respondem adequadamente ao estímulo do LH, prejudicando a liberação do óvulo e a produção de progesterona.
Embora pouco diagnosticada, essa resistência pode estar presente em mulheres com ciclos anovulatórios persistentes e em casos onde os protocolos tradicionais de indução da ovulação falham repetidamente. Como os exames hormonais podem mostrar níveis normais de LH no sangue, o problema muitas vezes passa despercebido sem investigação clínica mais aprofundada.
O que é o LH e por que ele é tão importante?
O hormônio luteinizante (LH) é responsável por desencadear a ovulação e manter a função do corpo lúteo, que produz progesterona após a liberação do óvulo. De acordo com Tosyn Lopes, quando os receptores ovarianos não reconhecem ou não respondem corretamente ao LH, a ovulação não ocorre, mesmo com todos os outros parâmetros aparentemente normais.

Essa falha na resposta ao LH pode ser genética, adquirida ou secundária a outras disfunções hormonais. Na prática, a paciente apresenta ciclos menstruais irregulares, infertilidade sem causa aparente e ausência de pico ovulatório, mesmo durante estimulação ovariana em protocolos de reprodução assistida.
Diagnóstico e abordagem terapêutica
A identificação da resistência ao LH depende de uma análise clínica minuciosa e, muitas vezes, da observação da resposta aos tratamentos hormonais. Quando há ausência de ovulação mesmo após o uso de indutores como o citrato de clomifeno ou o letrozol, e falha nos ciclos com gonadotrofinas convencionais, deve-se considerar a possibilidade de uma resposta inadequada ao LH. Oluwatosin Tolulope Ajidahun comenta que, nesses casos, pode ser necessário ajustar o protocolo com o uso de LH recombinante ou alternativas farmacológicas específicas.
Ademais, exames complementares como dosagem de hormônios ao longo do ciclo, ultrassonografias seriadas e testes de progesterona podem auxiliar na confirmação do diagnóstico. Em alguns casos, é preciso avaliar a presença de mutações genéticas relacionadas aos receptores de LH, embora esses testes ainda não façam parte da rotina clínica padrão.
Impactos emocionais e a importância do diagnóstico precoce
Lidar com uma condição rara e de difícil diagnóstico pode gerar angústia, frustração e desânimo em pacientes que já passaram por diversos ciclos sem sucesso. Tosyn Lopes ressalta que, para além do aspecto técnico, o acolhimento emocional e a escuta ativa são fundamentais para orientar a paciente com segurança, transparência e empatia.
A boa notícia é que, uma vez identificada a resistência, existem alternativas terapêuticas eficazes. A personalização do protocolo hormonal, com doses ajustadas e combinações específicas, tem se mostrado promissora em favorecer a ovulação e a concepção. O conhecimento sobre essa síndrome, ainda limitado entre muitos profissionais, precisa ser ampliado para que mais mulheres possam ser beneficiadas com um diagnóstico preciso.
Fertilidade além do óbvio: quando a ciência desvenda o invisível
Conforme destaca Oluwatosin Tolulope Ajidahun, nem toda infertilidade tem causas evidentes. Em alguns casos, é preciso ir além dos exames básicos e investigar condições menos conhecidas, como a síndrome de resistência ao LH. Esses casos desafiam a medicina reprodutiva, mas também impulsionam o desenvolvimento de abordagens mais completas e humanas.
A infertilidade não deve ser tratada como uma sentença, mas como uma condição multifatorial que pode ser superada com ciência, atenção aos detalhes e cuidado individualizado. Ao reconhecer o papel de condições raras, como a resistência ao hormônio luteinizante, abre-se caminho para diagnósticos mais justos e tratamentos mais eficazes.
Autor: James Smith
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